Fechando uma Gestalt

Blog Antigo...

Esse blog marcou um momento passado, faz parte do que me constituiu, mas não dá mais voz aos meus pensamentos... Guardo os escritos, pois quem sabe um dia eles darão voz a algum personagem de um livro, e guardo, também, por respeitar o que um dia me representou.

São escritos que falam das angustias e incertezas de uma jovem menina, que em “divagações ingênuas, buscava transitividade crítica”, buscava saber quem era, buscava, buscava, buscava... e não se olhava, apenas de relance, fugia dos seus próprios olhos, não sabia que encontraria sua essência, através deles, buscava fora. Uma menina que queria tanto ter certezas... se eu pudesse, a visitaria no passado, diria para relaxar e desistir das certezas, pois elas só levam à estagnação, diria para não ter medo do futuro, não perder muito tempo o planejando, apenas viver um dia de cada vez, esse é o melhor plano. Um dia de cada vez, mas sem perder de vista seus sonhos e seus ideais, mas essa parte ela já sabia... Diria para não buscar as respostas fora, e sim dentro de si. É possível que ela não entendesse isso, e precisasse viver todas as incertezas e angústias, para enfim, se libertar delas e aceitá-las. Mas, às vezes, é preciso ir longe, mesmo, conferir, para poder voltar e olhar o que está em si...

Hoje essa menina já sabe muito bem quem é, já é uma jovem mulher, com divagações, nem tão ingênuas, com crítica e transitividade... que depois de buscar ação terapêutica para si, começa a ter ação terapêutica, aos outros, essa é sua profissão, essa é sua missão, essa é sua paixão.

Aliviar o sofrimento, auxiliar no autoconhecimento, na tomada de consciência e na aceitação da inconsciência... olhos nos olhos, de coração e mente aberta.

Um escrito para fechar, enquanto penso no destino desse blog... Se o reformulo com cores e título novo, ou se, esse deixarei assim, e construirei um novo... Não sei, mas acho que quando pergunto, já respondo...

Encontrei minha alma

E todo sabor da vida.

E ali, encontrei a saída

Para não deixar passar a vida.

Entreguei-me à minha essência

E vi renascer minha existência.

Encontrei minha alma

Todo o sabor da vida.

E descobri que eu estava ali puramente,

Vivendo, o instante presente.

E nesse instante, estavam contidos,

todos os momentos, todos os sentimentos,

Todas as palavras

Pensadas, ditas ou caladas

E “eu” resultando delas...

Abrindo portas, fechando janelas...

Uma pitada de reflexão nesse fim de ano!!!!

Um belo dia resolvi crescer!!
E isso foi fruto de uma busca por conhecimento de mim. Para tanto momentos de tristeza, alegria e loucura ocorreram. Aprendi a não me assustar tanto com tristeza e loucura, pois estas existem, fazem parte de nós e devem ser escutadas e não caladas.
Tem uma carta do tarô que se chama Torre, esta é denominada em estudos de Jung como “Torre da destruição o golpe da libertação”, onde se rompe com o “statu quo”. Penso que passei por alguns momentos, acompanhada desse arcano que balançou minha vida e durante o ano fui reconstruindo uma psique mais forte e consciente.

Então mais um ano termina, não poderia ficar sem deixar um registro do que se passou.
Foi um ano muito bom, um ano de fortalecimento, em que as conquistas e dificuldades, que não foram poucas, falaram dos caminhos que escolhi e orientaram para continuar em busca dos meus sonhos, mais voltada há dados da realidade que as fantasias. Um exercício contínuo de encontrar a minha medida, que nunca estará pronta, sempre em construção. É com tranqüilidade e esperança que encerro esse ano e espero o próximo de coração aberto ao que a vida me trouxer e ao que eu farei acontecer.
Amo existir, viver e compartilhar essa existência com os que passam por mim e também com os que ficam.

Feliz 2009 para todos

Escrevo pensando ou penso escrevendo?

Escrevo pensando ou penso escrevendo?

Escrevendo organizo meus pensamentos

Pensamentos que querem se tornar palavras

Palavras, uma a uma, construindo uma estrada

Estrada que leva a um caminho

Caminho que busca um ponto de chegada

Chegada que traz o ponto final.

CONSTRUÇÃO DE UM SENTIDO PARA O FILME DUAS VIDAS E PARA UMA ALUNA DE PSICOLOGIA

O filme traz de uma maneira bem humorada e simbolizada o processo terapêutico de um paciente que chega para consulta com defesas fortemente erguidas sem o mínimo contato entre as instâncias psíquicas. O protagonista Russ apresenta traços de caráter, tais como rigidez e super racionalidade e apresenta como queixa: estresse, “tic” e supostas alucinações. Penso que o fator desencadeante desse momento seria uma crise do ciclo vital, no caso, está na meia idade “sem mulher, sem cachorro e não é piloto”, sendo essa a avaliação do percorrido até então. Buscar a psicóloga foi uma primeira quebra de sua rigidez.
Seu mundo interno estava apagado e uma enorme resistência instaurada o que fica evidente na cena em que chega ao consultório da psicóloga e não se senta diz que quer apenas remédios e que não tem tempo para ficar louco, pois nesse momento reencontrar fragmentos de sua infância, seria o mesmo que estar louco de tão distante que ele manteve o seu mundo interno até o momento. A resistência fica evidente nas suas tentativas de mandar as lembranças embora, a forma como a pessoa resiste fala de como ela é. Penso que a psicóloga pode ser continente acolhendo a demando do paciente e firme também formando uma ligação com o mesmo e reforçando a importância de que ele voltasse, sem liberar mais remédios que o necessário para um dia. Russ logo percebe que os remédios não irão fazer mágica, pois o conhecimento traz a responsabilidade, uma vez emergido ao consciente tem que se trabalhar esse conteúdo. Começa o encontro de Russ com sua criança, inicialmente mostra no filme a dificuldade de pegar esse menino que aparece e foge sem que ele possa controlar, simbolizando a dificuldade de acessar o material inconsciente deixando evidente a demanda de trabalho em um processo terapêutico, pois o material psíquico é complicado, não sabemos o que vamos encontrar. A tarefa do analista neste momento é um trabalho preliminar, segundo Freud em seu texto “Construções em análise” (1937), é construir algo que está vivo com os fragmentos de recordação, com as associações e conduta do paciente. A função do paciente é recordar a do analista é completar o que foi esquecido. Os dois farão elaborações “per via de levare’. Na transferência o analista deve mostrar ao paciente que seus sentimentos não vêm da atualidade, estão sendo repetidos. Para que possam se transformar em lembranças, pois já sabemos que “a melhor forma de esquecer é lembrar”. Pois o paciente está atuando o material reprimido. Com Russ na chamada “chorambulância“ mostra do incômodo dele com o choro, que mais adiante fica claro na vivência com seu pai que gerou um sentimento de culpa, que permeou sua vida e bloqueando suas possibilidades de dar um livre encaminhamento a sua vida. Essa sua forma de funcionar o encaminhou a ser um profissional financeiramente bem sucedido, mas o fez se afastar de seus desejos e fixar sua atenção nas aparências, em arrumar os defeitos, revelando um vazio e na crítica excessiva com os outros se revelando autocrítico. Inicialmente quando olha para sua criança só consegue encontrar defeitos, até conseguir dar um sentido para suas vivências e olhar como um adulto para seu passado se conciliando com esse. Para acessar as vivências traumáticas realiza-se um processo doloroso, resistências, transferências foram observadas no filme, assim como lembranças encobridoras, como a da indignação com os amigos que encobria a lembrança de culpa. Já conciliado com sua criança, eliminando a resistência, encaminha de forma amistosa e acolhedora a próxima lembrança reveladora, essa sim traumática geradora de seus bloqueios e sintomas. Faz parte do processo terapêutico, olhar aquele pai como um adulto como ele hoje é; entender a ação deste e a reação dele, bem como reconhecer e ressignificar o ocorrido. A liberdade que gera se desamarrar abre novos caminhos, não que nesses novos caminhos novas dificuldades não possam surgir, mas esta construção já foi realizada, implicou desconstrução de modos cristalizados e rígidos para novas construções. Vivemos com Russ esse processo ao assistir o filme. A sensação de alívio que é transmitida ao vê-lo sorrir, ao fim do filme, com caminhos abertos e possibilidade de um futuro diferente, me faz relembrar do porque escolhi a faculdade de psicologia.

Imersão em estudos e ausência de produção! Busca renovação

Parece que meu Blog estagnou, mas não meus pensamentos.
Navego nos meus pensamentos para tentar achar o que escrever.
tem momentos que recolhemos nossa ação, parecemos tão passivos em meio, à livros, aulas...
Schopenhauer na coletânea feita em "A arte de escrever" diz que: O excesso de leitura tira do espírito toda a elasticidade, da mesma maneira que uma pressão contínua tira a elasticidade de uma mola. O meio mais seguro para não possuir nenhum pensamento próprio é pegar um livro nas mãos a cada minuto livre".
Logo, hoje parei!!!!
E comecei a pensar e como nosso escritor também enfatiza:
"A presença de um pensamento é como a presença de quem se ama. Achamos que nunca esqueceremos esse pensamento e que nunca seremos indiferentes à nossa amada Só que longe dos olhos, longe do coração! O mais belo pensamento corre o perigo de ser irremediavelmente esquecido quando não é escrito, assim como a amada pode nos abandonar se não nos casamos com ela."
Precisei parar pensar e escrever, mas me distraí com o filósofo e perdi!!
ehehe
Ironias do destino, ou não...

Faltam-me palavras...

Faltam-me palavras
Quando quero escrever
Quero expressar algo
Que não sei

Irei escrever
palavras que tentam
chegar onde desejei.
Embora não saiba o que desejei

Continuo tentando
Buscando um aprender
a ser

Um alguém
que saiba escrever
Sem nada a dizer

Novas perspectivas

Esses dias estava pensando como é difícil manter um blog, pois quando releio meus textos tenho vontade de apagá-los!! :))
Mas sei que isso é normal, dentro do possível os mantenho como de origem, mesmo aqueles que escrevo tomando um vinho ehehehe.

Hoje é um dia que estou bastante feliz, pois começei a estudar Jung. Esse estudo está motivando-me bastante e acredito que contém respostas que a muito tempo eu procurava.
Junto ao estudo começo a realizar meu processo de individuação.
Conforme for fazendo novas descobertas encontrarei uma forma de trazer para meu Blog em textos, poesias ou músicas :)

Quem sou eu Hoje

Estava, eu, nesse ócio,
que é o terreno fértil para conflitos e pensamentos ruminantes,
tentando transformá-lo em criatividade.

Estava pensando: o que vou escrever para preencher
a lacuna de Quem sou eu no Orkut...

Óh que utilidade e importância... ( é ironia)
Então bolei um texto: Quem sou eu em 06/01/2008

Quem sou eu??? Pois então...
Sou Mariana
Estou em eterna transformação
Vou em busca do futuro

Procuro, construir e quando necessário desconstruir,
Não cristalizar
Ir além...
Ter alguém

Para repartir, progredir
Amigos, Amigas, Namorado.
Não importa o título

Sou um ser sociável
Embora seletiva
Em Resumo é isso: sou, estou, vou, procuro.

...

E dependendo do momento sempre tem alguma música de Chico
que me representa e da ritmo à minha vida.
Embora nesse momento Zeca Pagodinho representa-me bem com:

Eu já passei Por quase tudo nessa vida
Em matéria de guarida
Espero ainda a minha vez
Confesso que sou
De origem pobre
Mas meu coração é nobre
Foi assim que Deus me fez...

E deixa a vida me levar
(Vida leva eu!)

Só posso levantarAs mãos pro céu
Agradecer e ser fiel
Ao destino que Deus me deu
Se não tenho tudo que preciso
Com o que tenho, vivo
De mansinho lá vou eu...

Se a coisa não sai
Do jeito que eu quero
Também não me desespero
O negócio é deixar rolar
E aos trancos e barrancos
Lá vou eu!
E sou feliz e agradeço
Por tudo que Deus me deu...


Mas não trairia Chico
Um pedaço de cálice de vinho de sangue, me representa bem nesses dias angustiantes.

"(...) Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

(...)Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguem me esqueça.

Pai afasta de mim esse cálice
Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue."

Serenidade, Coragem e Sabedoria

...

Esses últimos dias, eu estava pensando na vida...
Encontrei um papel recortado, já amarelado pelo tempo, nele estava escrito uma oração que me fez pensar muito... Fazia tempo da última vez que havia lido uma oração, principalmente que fosse significaficativa. E essa merece, hoje, destaque, pois transmitiu-me força em um momento que esta, já estava tão escassa. Então leiam e reflitam.

Oração da Serenidade

Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas da outras.

Mais um ano termina... muita vida foi vivida, muita desperdiçada...
Chegada a hora da balança: e se os resultados forem favoráveis encerramos em paz, porém se ficam pendências começam novas divagações, uma sensação chatinha de derrota ou pior impotência... Será que já acabou ? O que será que se tem a fazer ainda?
Acalmem-se amigos!! é fim de ano chega de estresse. Serenidade!!!!
Pensei melhor e acho que por esse ano chega.. é hora de pendurar as chuteiras deixar as coisa fluírem, refletir sem agir. Um novo ano começa e isso sempre nos traz impressão de renovação. Agora é esperar pelo o momento da virada para pegar uma onda de energia para 2008. Então com muita paz no coração que comece mais um ano em nossas vidas. Coragem!!!
Pois as vitórias em 2007 nos trarão satisfação, mas os erros aprendizado, experiência, quem sabe até a sabedoria!!!!.
E já dizia Fernando Sabino

“De tudo ficam três coisas: a certeza que estamos sempre começando, a certeza de que é preciso continuar,e a certeza de que podemos ser interronpidos antes de terminar.
Fazer da interrupção um caminho novo, fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte e da procura um encontro.”

“A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro” (Vinicius de Moraes)

Escrever é ato de criação, é paixão, é vida (re)escrita

Mas a vida não se faz só de tristezas e incertezas.
Faz-se também de alegrias e ousadias
Um momento completa o outro
Como as chegadas e partidas

Então...Então...Então
O que faz a paixão?
Paixão que inebria
Que desequilibra

Deixa bela a vida
Deixa repleta de poesia
Faz lembrar Neruda

E seus cem sonetos de amor
Eu já sem pudor
Digo sim à Paixão à vida.